No Alto da Colina onde o Meu Amor Morava e onde o Sol do Alvorecer se Esconde - Onde o Sol do Alvorecer se Esconde, #1

Na flor da juventude, lancei-me nas profundezas desconhecidas de um mar chamado amor, alheia aos seus enigmas e perigos. A vida, no entanto, revelou-se uma professora cruel, demonstrando-me que esse sentimento, embora doce e puro, possui garras afiadas capazes de rasgar o coração mais duro e inundar nossos olhos de lágrimas. Nunca antes meu coração batera tão desenfreado, assemelhando-se a um corcel desvairado a galopar pelas íngremes montanhas desse amor. Era assim que eu me sentia ao lado de Anger, uma jovem donzela cuja simplicidade cativou meu coração.
Seus cabelos dourados reluziam ao sol, e seus olhos brilhavam com a inocência de quem ainda não conhecera as dores do mundo. Havia algo de cativante na maneira como ela sorria, um gesto tão despretensioso e sincero que fazia meu coração acelerar descontroladamente. Com ela não havia frescuras nem vaidades, apenas um amor sincero e juvenil. Lembro-me de nossos passeios pelos campos floridos, onde ríamos e conversávamos sobre sonhos e esperanças, acreditando ingenuamente que o amor seria suficiente para nos proteger de todas as adversidades.
Anger era a luz em meus dias, a melodia suave que acalmava minha alma inquieta. Mas, como as marés que sobem e descem, a vida trouxe desafios que nosso amor imaturo não estava preparado para enfrentar. As garras do destino se mostraram implacáveis, e, antes que pudéssemos perceber, fomos tragados por uma tempestade de mal-entendidos e desencontros. As promessas feitas sob o céu estrelado se desfizeram como névoa ao amanhecer, e aquilo que era doce tornou-se amargo.
Nosso amor, que outrora parecia invencível, foi despedaçado pela dura realidade. Anger, com seus olhos marejados de lágrimas, partiu, levando consigo um pedaço do meu coração. E eu, deixado para trás, aprendi da maneira mais dolorosa que o amor, embora encantador, pode também ser uma fonte de profunda tristeza. Ainda hoje, ao lembrar-me de Anger e do nosso amor perdido, sinto uma pontada de saudade e melancolia.
Talvez, em outra vida, nossos caminhos se cruzem novamente, e possamos viver o amor que nos foi roubado. Até lá, guardo em meu peito as lembranças dos dias felizes, como um tesouro precioso que o tempo jamais poderá apagar.